Raw x JPG: Mitos e verdades!

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Artigo revisto e atualizado em 31/08/2018

Olá, amigos!

Estreando uma nova série de artigos, resolvi escrever sobre algo que gera muitas dúvidas entre os fotógrafos:

O que é RAW? O que é JPG? Qual é melhor? Qual devo usar? O que falam por aí é verdade?


Há muitas dúvidas sobre as diferenças entre estes arquivos e sobre vantagens e desvantagens de cada um. O propósito deste artigo é dar alguma luz para que fique mais fácil decidir por qual usar. Sempre lidei com tecnologia digital (desde 1985) produzindo software para aplicações profissionais em paralelo às atividades artísticas, e aprendi bem cedo os processos que ocorrem dentro de arquivos. Isso me ajuda bastante no meu caminho dentro da fotografia digital e me afasta dos "achismos", tão comuns hoje em dia. Então, achei que poderia dar alguma ajuda em um artigo especial sobre o tema. Tentarei usar uma linguagem simples e acessível, fugindo do "tecniquês". Para facilitar a leitura, o artigo está dividido em três partes. Vamos nessa?

O que é um arquivo?

Arquivo, no mundo digital, é uma coleção de dados reunidos com o propósito de processamento e armazenamento, sendo codificados e decodificadas por sistemas específicos. Eles são organizados sob padrões muito bem definidos e só podem ser interpretados por sistemas feitos exclusivamente para tal tarefa. Assim temos arquivos criados para armazenar textos, áudios, imagens, valores numéricos, etc. E dentro de cada uma destas categorias ainda há inúmeras subdivisões. Por exemplo, podemos ter arquivos de imagens formatadas como JPG, BMP, TIFF, etc. A lista de subdivisões é imensa. Um arquivo pode também armazenar dados múltiplos, como imagens e texto simultaneamente.

Sua principal função é armazenar e processar, no domínio virtual, dados e informações relativas ao mundo real, mas também guardam dados relativos apenas ao domínio virtual. Junto aos programas e aplicativos, compõem a base do que chamamos de software. Na verdade, programas e aplicativos são arquivos também!

Bits e Bytes

Dentro de um arquivo acontece algo interessante. Mesmo representando tantas informações diferentes, eles são formados por combinações de apenas dois valores: "UM" e "ZERO". Estes são os BITS (BInary digiT), sempre representados pelos caracteres "1" e "0", que se referem à presença (bit 1)ou ausência (bit 0) de informação em um determinado momento. É como se fosse um Código Morse simplificado. Como são apenas dois valores, os chamamos de DÍGITOS BINÁRIOS.

Os BITS se agrupam em enormes cadeias sequenciais de "uns" e "zeros", cujas combinações representam os dados armazenados no arquivo, o seu conteúdo. Caberá ao programa ou aplicativo que abre esta sequencia interpretá-la e processá-la para nós, seja como áudio, video, imagem, texto, etc. Depois, o resultado será enviado para uma tela, alto-falante, impressora, motor, comutador, etc. Chamamos estes "caras" de dispositivos de saída.

Estas cadeias de bits são subdivididas em porções menores, sempre múltiplos de 2 (8 bits por byte é o mais usual). Estes são os famosos BYTES, que existem para possibilitar a leitura de BITS em sequencias exatas. Todo sistema digital, seja um computador, câmera, relógio, TV, celular, videogame ou qualquer outro, trabalha dessa maneira. A divisão mais comum é de 8 BITS para cada BYTE, mas isso pode variar bastante, de acordo com a quantidade de dados, capacidade de leitura e armazenamento do equipamento ou software que lê tal arquivo. Normalmente, sistemas que trabalham com conjuntos maiores são mais rápidos e capazes, como as versões atuais do Windows, que lidam com 64 bits de cada vez (contra 32 e 16 das versões mais antigas). Videogames modernos conseguem combinar mais de 128 bits por vez para lidar com seus gráficos avançados! Wow...

Um exemplo interessante do trabalho dos BITS é a nossa tabela de caracteres alfanuméricos, que é formada pelas sequintes sequencias binárias:

A = 1000001
B = 1000010
C = 1000011
D = 1000100
E = 1000101
F = 1000110
G = 1000111
H = 1001000
I = 1001001
J = 1001010

...e assim por diante. A palavra FACA, por exemplo,seria armazenada desta forma na memória do seu computador:

1000110 1000001 1000011 1000001


É desta maneira que os sistemas interpretam e armazenam dados. No domínio digital, tudo é uma longa "fita" de códigos binários, e vale dizer que isso não acontece só com arquivos! Vale para tudo no universo digital, até mesmo para reconhecer os movimentos do mouse ou dos seus dedos sobre a tela de um smartphone. A memória de qualquer dispositivo digital é recheada de milhões e milhões de "uns" e "zeros" voando pra todo lado, em perfeita harmonia e sincronismo! E muita velocidade também. Estes "uns" e "zeros" viajam nos circuitos em forma de pulsos elétricos, ou se apresentam também como portas lógicas que podem estar abertas (1) ou fechadas (0). Mas esse é outro assunto.

Ok, mas o que isso tem a ver com a fotografia???

Parte II >>


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